A palavra liberdade abarca inúmeros conceitos e interpretações. Por vezes é confundida com libertinagem, isto é, busca desenfreada e inconsequente de prazeres, emoções e independência. Para compreender a real definição de liberdade podemos contar com o exemplo de um homem que viveu e ensinou a liberdade como ninguém: Jesus de Nazaré!

            Os traços da liberdade de Jesus nos são relatados nos evangelhos. Eis alguns deles: livre diante das tentações (Lc 4,1-13), livre para dizer a verdade (fariseus e demais autoridades), livre para amar incondicionalmente (Mt 9, 10-14) entre outros.

            Livre diante das tentações. O autor da carta aos Hebreus afirmou: “...passou pelas mesma provações que nós com exceção do pecado.” (Hb 4, 15b), ao dizer isso nos revela que Jesus na sua humanidade foi tentado tanto quanto nós e a passagem da tentação no deserto é uma pequena amostra do quanto foi tentado seja no prazer: “ordena que essas pedras se tornem pão...”,  no poder: “... se és o filho de Deus lança-te abaixo, pois está escrito: Ele deu ordem aos anjos a teu respeito.” e no ter oferecendo-lhe todos os reinos do mundo. Jesus venceu estas e demais tentações colocando em exercício sua liberdade, não se deixando escravizar por coisas que não lhe iriam realizar ou faze-lo feliz.

            Livre para dizer a verdade. Jesus sempre foi franco e direto, mesmo diante da sabedoria dos fariseus ou do poder das autoridades (Herodes e Pilatos). Essa autenticidade é escassa em nossos dias, é muito mais cômodo se calar, aceitar, fazer tudo que os outros fazem. Somente com o uso da liberdade é possível ser autentico e dizer e fazer o que precisa ser feito, ainda que isso traga sérias conseqüências, como foi o caso de Jesus.

            Livre para amar incondicionalmente. Essa é a dimensão mais bonita da liberdade de Jesus! Na passagem acima citada Jesus, para escândalo dos fariseus, se põe a mesa com os pecadores. Não se importa com o que “os outros vão dizer”, com leis ultrapassadas que não eram a favor da vida, não tem medo de se contaminar. Essa é a maneira mais sublime da amar, a todos e sem distinções. O mundo seria melhor se amassemos assim...

            Que a liberdade de Jesus de Nazaré nos ensine e ajude a sermos também livres e comprometidos na dura missão de construirmos uma sociedade menos excludente e desigual e mais justa, humana e livre!