top of page

O Munda dá Voltas – Uma Reflexão Filosófica no Passo do Iguaçu

 

            O mundo dá voltas, mas ele só muda para quem se põe a caminhar.

            Seja num tom de vingança ou conformismo perante situações adversas ou ainda na ânsia de evocarmos centelhas de esperança, todos ou quiçá a maioria de nós já evocou o reiterado dito popular: “O mundo dá voltas”.

            Embora este jargão seja cientificamente comprovado após a descoberta do famoso astrônomo e matemático Nicolau Copérnico (teoria heliocêntrica que demonstra ser o Sol o centro do Sistema Solar e que a terra gira ao seu redor). Tenho a petulância de questioná-lo para pensarmos na vida...

            Tenho particular apreciação por fazer caminhadas em ambientes bucólicos, pois além de manter a forma física, contribuí para minha sanidade mental. Dada a conveniência da proximidade com a minha atual residência comecei a fazer minhas caminhadas periódicas num lugarejo chamado Passo do Iguaçu.

            Numa dessas caminhadas me deparei com um bonito templo religioso cristão católico e decidi registrar em imagem aquele momento. E quando postei a imagem nas redes sociais tive uma grata surpresa: minha mãe reconheceu o local e disse tratar-se do lugar onde nasceu e foi criada.

            É “o mundo dá voltas”... poderia imaginar a menina Anilda Waismann que um dia seu filho em idade madura iria andar pelo mesmo lugar onde ela brincava, sem se quer se dar conta disso?

            E tirando a nostalgia e o romantismo que a história impõe, a reflexão que quero dividir com vocês é que eu só cheguei nesse lugar, ou seja, eu só andei pelos caminhos onde minha nasceu e brincou porque, literalmente, eu me pus a caminhar.

            Assim posso afirmar: O mundo dá voltas, mas ele só muda para quem se põe a caminhar.

            Em todas as situações que nos deparamos na vida acontece da mesmíssima maneira: as coisas só vão mudar quando eu e você “começarmos a caminhar”, isto é, quando nos posicionarmos ativamente perante as situações.

            Um exemplo que tem ligação direta com esta reflexão é a minha saúde física: eu estava aproximadamente 20 kg acima do peso ideal e com a maioria dos exames laboratoriais rotineiros alterados. Poderia eu, tranquilamente, continuar justificando meu problema na “tireoide” ou stress do dia a dia e resignadamente afirmar pra mim mesmo: “o mundo dá voltas”. Contudo decidir “fechar a boca” e fazer exercícios. Desta forma agi de maneira proativa perante o problema e “me pus a caminhar”.

            Sabemos que nossa atual situação política e econômica é péssima, talvez tenhamos problemas no trabalho, na família ou com nós mesmos. Mediante isso ficaremos esperando o mundo dar suas voltas? Proponho que não. “Vamos caminhar” minha gente!

            Para concluir cito o célebre poema de William E. Henley: “Eu sou o senhor do meu destino... eu sou o capitão da minha alma”. Oxalá não fiquemos esperando que esta enorme embarcação, que é o mundo, navegue a deriva e aporte em locais prósperos, mas que assumamos o leme com responsabilidade e com a certeza de que o mundo dá voltas, mas só mudará se, e quando, “começarmos a caminhar”.

bottom of page