Você não Perguntou se Podia
Respeitar o espaço alheio, gentileza e empatia são virtudes valiosas para se viver em sociedade. Essas verdades eu já sabia, mas nem sempre consigo colocar em prática. E quem me ajudou a relembrar tudo isso? Meu filho de 5 anos...
Era um domingo ensolarado, dia de um grande clássico do futebol nacional Flamengo X Corinthians. Sendo eu um sofredor e irrecuperável Flamenguista estava ansioso para assistir o jogo.
Tinha saído para fazer minha caminhada diária e retornei bem em tempo do horário do jogo. Quando entrei na sala notei que a televisão estava ligada em algum canal de desenho. Não tive dúvida, rapidamente coloquei no canal que seria transmitido o jogo.
Quando meu filho Vinicius entrou na sala, ficou indignado e pôs-se a chorar. Tentei argumentar com ele afirmando que ele havia assistido TV até aquele momento, que o horário do jogo é único momento que o papai exerce algum tipo de poder dentro de casa, que ele também é flamenguista e por isso iria gostar da mudança de canal, etc...
Então o Vini me disse algo que quebrou toda minha argumentação: “Mas você não perguntou se podia”. “Você não perguntou se podia...”. Mesmo com apenas 5 anos de idade o Vinicius, de forma sintética, espontânea e sem o mínimo de retórica emudeceu meus argumentos e me presenteou com mais uma grande lição: Gentileza, respeito e empatia não tem idade, circunstância e nem momento.
Esta pequena narrativa nos ajuda a pensar sobre todas as vezes que podemos exercitar a gentileza: cedendo passagem ou espaço para pessoas idosas ou com alguma limitação física, parando na faixa de pedestre, agradecendo “pequenos-grandes” gestou ou palavras que nos são proferidas, ajudando um colega atarefado, elogiando sinceramente, sorrindo (mesmo quando o dia está difícil), etc.
O desrespeito ao espaço alheio também merece reflexão e ele se expressa de várias formas: ouvindo musica alta, estacionando em local indevido, publicando assuntos irrelevantes em grupos específicos de whatsapp, invadindo a privacidade através de espiadas em mobiles e/ou senhas virtuais, se atrasando para reuniões ou compromissos, etc.
Empatia é a capacidade de colocar-se no lugar do outro para compreender os seus sentimentos e perspectivas e, a partir deste conhecimento, orientar suas ações. Pode ser traduzida em gestos tão simples, mas que tem um significado enorme: rompendo preconceitos, escutando atentamente, celebrando as vitórias do outro, consolando nas dificuldades (consolar as vezes é silenciar) e tantos outros.
Deus queira que sempre tenhamos humildade para aprendermos a corrigir e superar nossos erros e limitações. Mesmo que, em algumas vezes, o “professor” seja uma criança ou situação inusitada.
